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Câncer de Colorretal - (Intestino Grosso)







Definição Câncer colorretal corresponde aos tumores malignos que se desenvolvem ao longo do intestino grosso, incluindo sua porção final, denominada reto. Assim como a maioria dos tumores, apresenta altos índices de cura quando o diagnóstico é realizado em fases iniciais. É bem conhecido o mecanismo de desenvolvimento desses tumores a partir de pólipos, pequenas elevações na mucosa que reveste o interior do intestino grosso que podem evoluir pra tumores malignos. O câncer colorretal é o terceiro mais comum entre homens e mulheres, excluindo o câncer de pele. O Instituto Nacional de Câncer estima para 2014 e 2015, que sejam diagnosticados 32.600 novos casos de câncer colorretal (15.070 em homens e 17.530 em mulheres) no Brasil. Em geral, o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal é de cerca de 1 em 20. Este risco é um pouco menor nas mulheres do que nos homens. Uma série de outros fatores também podem afetar o risco de uma pessoa desenvolver câncer colorretal. O câncer colorretal é a terceira principal causa de mortes relacionadas ao câncer nos Estados Unidos, quando os homens e as mulheres são considerados separadamente, e a segunda principal causa quando ambos os sexos são combinados. A taxa de mortalidade devido ao câncer colorretal vem caindo para ambos os sexos nos últimos 20 anos. Existe uma série de possíveis razões para isto. Uma delas é que os pólipos são diagnosticados no rastreamento e retirados antes que possa se desenvolver o câncer. O rastreamento, também, possibilita que a doença seja diagnosticada precocemente, quando é mais fácil de ser tratada e curada. Além disso, o tratamento para o câncer colorretal evoluiu bastante nos últimos anos. Existem vários tipos de câncer que se iniciam no cólon ou no reto:

  • Adenocarcinomas - Os adenocarcinomas representam mais de 95% dos cânceres colorretais. Se iniciam nas células que produzem o muco que lubrifica o interior do cólon e do reto.


  • Tumores Carcinoides - Estes tumores começam nas células do intestino que produzem hormônios específicos.


  • Tumores Estromais Gastrointestinais (GIST) - Começam a partir de células específicas na parede do intestino denominadas células intersticiais de Cajal. Alguns são benignos, outros são malignos. Estes tumores podem ser encontrados em qualquer parte do trato digestivo, e são incomuns no cólon.


  • Linfomas - São cânceres das células linfáticas como nos linfonodos, mas também podem se iniciar no cólon, no reto ou em outros órgãos.


  • Sarcomas - Estes tumores podem se iniciar nos vasos sanguíneos, no tecido muscular ou conjuntivo na parede do cólon e do reto. Os sarcomas do cólon ou do reto são raros.

Sinais e sintomas Os sinais e sintomas dependem da localização do tumor ao longo do intestino e do estágio em que se encontra. Nas fases iniciais, a maior parte dos sintomas é inespecífica, e com a evolução da doença podem aparecer sinais sugestivos, sendo os mais frequentes: • Dor abdominal, geralmente do tipo cólica • Perda de peso inexplicada • Alteração do hábito intestinal (diarréia ou constipaçõo intestinal que podem alternar). • Sangramento anal ou sangramento nas fezes às evacuações • Sensação de evacuação incompleta • Dor ao evacuar • Fraqueza • Anemia • Náuseas e vômitos • Redução no diâmetro das fezes, chamadas fezes em fita • Obstrução intestinal - parada da eliminação de gases e fezes com distensão do abdome • Fezes escuras, chamado melena • Aumento do volume abdominal, massas ou tumores palpáveis Causas São fatores de risco bem conhecidos para o câncer colorretal: • Idade superior a 50 anos • Presença de pólipos intestinais (principalmente do tipo adenomas): A maioria dos cânceres colorretais se desenvolve lentamente durante vários anos. Antes de se tornar um câncer a doença começa com o crescimento do tecido de que é composto, geralmente um pólipo não cancerígeno, no revestimento interno do cólon ou do reto. Um tumor é um tecido anormal e pode ser benigno ou maligno. Um pólipo é benigno, mas alguns pólipos podem se transformar em câncer. A chance dessa transformação depende do tipo de pólipo:

  • Pólipos Adenomatosos (Adenomas) - São pólipos que podem se transformar em câncer. Devido a isso, os adenomas são considerados uma condição pré-cancerígena.


  • Pólipos Hiperplásicos e Pólipos Inflamatórios - Em geral, não são pré-cancerígenos. Alguns médicos acreditam que os pólipos hiperplásicos podem se tornar pré-cancerígenos ou ainda ser um sinal do desenvolvimento de um adenoma, particularmente quando estes pólipos estão no cólon ascendente.

Outro tipo de lesão pré-cancerígena é a displasia. Displasia é uma área no revestimento do cólon ou do reto, onde as células parecem anormais, mas quando analisadas sob um microscópio se trata apenas de células normais. Entretanto estas células podem se transformar em células cancerosas com o tempo. A displasia é geralmente detectada em pessoas que tiveram doenças, como colite ulcerativa ou doença de Crohn por muitos anos. Tanto a colite ulcerativa e a doença de Crohn causam inflamação crônica no cólon. • História de casos na família de câncer colorretal • Histórtia passada de outros tipos de câncer como: ovário, endométrio(útero) ou mama • Obesidade • Sedentarismo • Doenças inflamatórias do intestino, como a Retocolite ulcerativa • Doenças hereditárias, como Polipose adenomatosa familiar (FAP) e Síndrome de Lynch ou Câncer Colorretal não polipóide hereditário (HNPCC). • Consumo abusivo de álcool • Tabagismo • Dieta rica em carnes vermelhas, com baixo teor de cálcio, pobres em frutas frescas e vegetais. Prevenção São medidas recomendadas para a diminuição da incidência do câncer colorretal: • dieta saudável, rica em vegetais, frutas e fibras • diminuir o consumo de alimentos com alto teor de gordura animal, como carnes vermelhas. • prática regular de exercícios físicos • evitar o consumo excessivo de álcool • evitar o tabagismo • realização de exames preventivos: está indicado realização dos exames de rastreamento a partir dos 50 anos de idade, em pacientes que não são considerados como de alto risco. Exame de sangue oculto nas fezes anualmente, associado à um método de visualização da porção interna do intestino: colonoscopia a cada 10 anos se o exame for normal ou retossigmoidoscopia flexível a cada 5 anos se o exame for normal. Para indivíduos com histórico familiar de câncer colorretal em parentes de primeiro grau, a colonoscopia deve ser realizada aos 40 anos ou 10 anos antes da idade em que o parente desenvolveu o câncer. Pacientes com diagnóstico de pólipos adenomatosos de baixo risco (únicos, <1 cm, displasia de baixo grau, tubulares) podem repetir a colonoscopia em 5 anos. Aqueles com pólipos múltiplos (mais de 3 ), > 1cm, com componente viloso ou displasia de alto grau, a colonoscopia deve ser repetida em 2 a 3 anos. A colonoscopia permite a detecção e retirada de pólipos da mucosa intestinal, medida de alto impacto na prevenção do tumor colorretal. Diagnóstico O diagnóstico é realizado através da identificação do tumor por visão direta pela colonoscopia ou retossigmoidoscopia, associada a obtenção de amostra de tecido suspeito através da biópsia. Nos casos de doença avançada com disseminação tumoral, o diagnostico histológico pode ser realizado através da biópsia de uma lesão metastática (no fígado por exemplo) ou através da análise do espécime obtido através do ato cirúrgico (por exemplo em pacientes com obstrução intestinal e submetidos a cirurgia de urgência sem diagnóstico prévio por colonoscopia). Tratamento O tratamento depende do estágio em que a doença é diagnosticada. Os`exames de estadiamento vão definir a extensão da doença e são fundamentais para a programação do melhor tratamento naquele momento. O tratamento normalmente é multidisciplinar, englobando o cirurgião, o oncologista clinico e o radioterapeuta em casos de câncer de reto. O pilar do tratamento do câncer de colon é a cirurgia, e em alguns casos é complementado por quimioterapia pós-operatória (adjuvante). No caso do câncer de reto pode ser necessária a utilização de radioterapia associada à quimioterapia, e muitas vezes este tratamento é realizado antes da cirurgia, com o objetivo de reduzir o tamanho do tumor e aumentar as chancer de cura. Em casos de câncer de colon ou reto avançado (metastático) a quimioterapia (tratamento sistêmico) tem um papel fundamental. Em algumas situações de doença avançada, o cirurgião oncológico pode atuar na ressecção de metástases hepáticas que é indicada em combinação com a quimioterapia em casos selecionados. As cirurgias paliativas também tem lugar em alguns casos, por exemplo na obstrução intestinal que pode ser contornada com a realização de colostomias.

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