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Tratamento


Existe uma grande variedade de modalidades de tratamento pro câncer disponíveis. O tratamento oncológico é administrado por uma equipe multidisciplinar, composta por diversos especialistas altamente qualificados, cada um responsável por diferentes cuidados e demandas de cada paciente.

De modo geral, a escolha do tipo de tratamento está relacionada ao tipo de câncer e seu o estadiamento. É também importante levar em consideração as condições clínicas do paciente e respeitar as suas escolhas. Os riscos e benefícios de cada tratamento do câncer devem ser discutidos entre a equipe e o paciente com seus familiares para se chegar a uma decisão compartilhada das melhores opções. A maior parte das estratégias de tratamento inclui métodos como a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Recentemente, nos últimos 10 anos, incorporaram-se os tratamentos biológicos, como os anticorpos monoclonais, as chamadas terapias alvo. Alguns tumores malignos respondem bem a apenas uma estratégia de tratamento, enquanto outros tumores necessitam de um tratamento combinado. Frequentemente, o tratamento acaba destruindo também as células normais do organismo. Isto gera efeitos colaterais que variam com o tipo e extensão do tratamento, sendo diferente entre indivíduos (cada paciente tem um certo grau de tolerância ao tratamento). Antes de cada tratamento, é comum que a equipe multiprofissional explique ao paciente os principais efeitos colaterais do tratamento e como eles podem e devem ser minimizados. Esta equipe multiprofissional inclui médicos, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos, entre outros, sendo fundamental para maior sucesso do tratamento proposto. O objetivo do tratamento é, habitualmente, curar o câncer, mas em algumas situações é possível controlar os sintomas e aumentar a sobrevida do paciente quando a doença é incurável. Sendo assim, o tratamento do câncer têm diferentes objetivos: Cura: nesse caso, o objetivo do tratamento é alcançar uma cura para o câncer, eliminando a doença e permitindo que o paciente tenha uma vida normal. Isso pode ou não pode ser possível, dependendo do estágio da doença.

Tratamento primário: o objetivo de um tratamento primário é remover completamente o câncer, através de um tratamento local. A cirurgia e a radioterapia são considerados tratamentos locais, pois atuam somente a área comprometida pelo tumor. Tratamento adjuvante: o objetivo da terapia adjuvante é eliminar as células tumorais que podem permanecer após o tratamento primário, principalmente após a cirurgia, a fim de reduzir a chance do câncer voltar. Terapias adjuvantes comuns incluem quimioterapia, radioterapia e terapia hormonal. Tratamento neoadjuvante: consiste do tratamento realizado antes de uma cirurgia e normalmente envolvem radioterapia e/ou quimioterapia. Os objetivos principais são diminuir o tamanho do tumor pra facilitar a cirurgia e aumentar as chances de cura. Este tipo de abordagem é muito utilizada nos casos de tumor de reto baixo, próximos ao ânus. Tratamento paliativo: consistem em modalidades terapêuticas que não visam mais a cura do câncer, mas sim aliviar sinais e sintomas causados pela doença e melhorar a qualidade de vida do paciente. As indicações mais comuns são: dor, sangramento, obstruções, vômitos, entre outros. Cirurgia, radioterapia, quimioterapia e terapia hormonal podem ser usados para aliviar os sinais e sintomas. Alguns medicamentos podem ser prescritos para aliviar sintomas como dor e falta de ar. Saiba mais sobre os cuidados paliativos clicando aqui. As principais modalidades de tratamento para o câncer são: CIRURGIA

Atualmente cerca de 90% dos pacientes com câncer necessitarão de algum tipo de intervenção cirúrgica no decorrer da evolução da doença. E cerca de 60% dos pacientes terão a cirurgia como pilar principal do seu tratamento, sendo exclusiva em torno de 90-95% dos casos de câncer localizado. Com o melhor conhecimento da história natural dos tumores, a cirurgia evoluiu no sentido de permitir a realização de operações mais conservadoras, com melhores resultados estéticos e funcionais, sem prejuízo das taxas de cura, o que proporcionou considerável impacto na qualidade de vida dos pacientes. O objetivo da cirurgia é remover o tumor sempre com uma margem de tecido normal, chamada margem de segurança, uma vez que tal área já pode conter células malignas não visíveis ao olho nu durante a cirurgia. Nesse caso, os princípios da cirurgia oncológica devem ser seguidos criteriosamente, pois quando desrespeitados há diminuição das chances de cura do câncer, aumentando o risco de recidiva tumoral. Caso o tumor seja muito grande, a cirurgia pode reduzir boa parte do tumor, o que é indicado em alguns casos específicos, e o paciente depois recebe outros tratamentos, como radio ou quimioterapia. As cirurgias variam de acordo com o porte (tamanho), finalidade e via de acesso (aberta ou videolaparoscópica). A importância de se tratar com um cirurgião com formação especializada em oncologia, pois é necessário conhecimento específico para o tratamento cirúrgico de tumores. Alguns trabalhos científicos já demonstraram que o cirurgião oncológico é fator prognóstico para o câncer, ou seja, quando pacientes com neoplasia maligna são operados pelo especialista, as chances de cura aumentam e caso contrário, as chances diminuem e o câncer tem maior probabilidade de voltar. RADIOTERAPIA

Outra modalidade de tratamento local, assim como a cirurgia. É uma terapia que utiliza radiação ionizante no local do tumor. É muito utilizada para tumores que ainda não se espalharam e não tem metástases. Assim como as outras formas de tratamento, a radioterapia também produz efeitos colaterais e pode evoluir com complicações.

Finalidades da radioterapia:

  • Radioterapia curativa: principal modalidade de tratamento radioterápico; visa à cura do paciente.

  • Radioterapia pré-operatória (prévia ou citorredutora): procedimento que antecede a principal modalidade de tratamento, a cirurgia, para reduzir o tumor e facilitar o procedimento operatório.

  • Radioterapia pós-operatória ou pós-quimioterapia (profilática): segue-se à principal modalidade de tratamento, com a finalidade de esterilizar possíveis focos microscópicos do tumor.

  • Radioterapia paliativa: objetiva o tratamento local do tumor primário ou de metástases, sem influenciar a taxa da sobrevida global do paciente. É usada principalmente nas seguintes circunstâncias:

  • Radioterapia antiálgica: modalidade de radioterapia paliativa com a finalidade específica de reduzir a dor.

  • Radioterapia anti-hemorrágica: modalidade de radioterapia paliativa com a finalidade especí- fica de controlar os sangramentos.

QUIMIOTERAPIA

É uma modalidade de tratamento sistêmico, objetivando tratar todo o organismo. O tratamento utiliza medicamentos orais ou intravenosos, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células ao longo do corpo.

Usa medicamentos denominados “quimioterápicos” (ou antineoplásicos) administrados em intervalos regulares, que variam de acordo com os esquemas terapêuticos.

Finalidades da quimioterapia:

  • Quimioterapia prévia, neoadjuvante ou citorredutora: indicada para a redução de tumores locais e regionalmente avançados que, no momento, são irressecáveis ou não. Tem a finalidade de tornar os tumores ressecáveis ou de melhorar o prognóstico do paciente.

  • Quimioterapia adjuvante ou profilática: indicada após o tratamento cirúrgico curativo, quando o paciente não apresenta qualquer evidência de neoplasia maligna detectável por exame físico e exames complementares.

  • Quimioterapia curativa: tem a finalidade de curar pacientes com neoplasias malignas para os quais representa o principal tratamento (podendo ou não estar associada à cirurgia e à radioterapia). Alguns tipos de tumores no adulto, assim como vários tipos de tumores que acometem crianças e adolescentes, são curáveis com a quimioterapia.

  • Quimioterapia para controle temporário de doença: indicada para o tratamento de tumores sólidos, avançados ou recidivados ou neoplasias hematopoéticas de evolução crônica. Permite longa sobrevida (meses ou anos), mas sem possibilidade de cura; sendo, porém, possível obter- -se o aumento da sobrevida global do doente.

  • Quimioterapia paliativa: indicada para a paliação de sinais e sintomas que comprometem a capacidade funcional do paciente, mas não repercute, obrigatoriamente, na sua sobrevida. Independente da via de administração, é de duração limitada, tendo em vista a incurabilidade do tumor (doença avançada, recidivada ou metastática), que tende a evoluir a despeito do tratamento aplicado.

HORMONIOTERAPIA

Tem como objetivo impedir a ação dos hormônios que fazem as células cancerígenas crescerem. A hormonioterapia, portanto, só poderá ser utilizada em pacientes que apresentam pelo menos um receptor hormonal para câncer. Essa terapia no geral é feita via oral, e as drogas agem bloqueando ou suprimindo os efeitos do hormônio sobre o órgão afetado. TERAPIA ALVO (anticorpos monoclonais) Essa modalidade é mais moderna, sendo constituída por drogas que bloqueiam alvos específicos de determinadas proteínas ou mecanismo de divisão celular presente apenas nas células tumorais ou presentes preferencialmente nas células tumorais. São medicamentos ministrados geralmente via oral. Quando o câncer expressa uma determina proteína em grande quantidade, são utilizadas drogas que irão destruir essas células especificamente. Existem outras proteínas ou processos celulares que podem se acentuar no tumor e intensificar seu crescimento, e as drogas da terapia alvo irão agir nesses pontos específicos. Essa modalidade de tratamento é a grande esperança de tratamento mais eficiente com menos efeitos colaterais.

Abordagem multidisciplinar integrada

Os especialistas médicos responsáveis pela indicação da cirurgia oncológica, da quimioterapia e da radioterapia são, respectivamente, o cirurgião oncológico, o oncologista clínico e o radioterapeuta. Entretanto, os tratamentos instituídos devem estar inseridos em uma abordagem multidisciplinar em que outras áreas técnico-assistenciais, como Enfermagem, Farmácia, Serviço Social, Nutrição, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Odontologia, Psicologia Clínica, Psiquiatria e Estomaterapia (cuidados de ostomizados), este- jam obrigatoriamente envolvidas.

Embora cada área tenha papel bem estabelecido, a abordagem multidisciplinar integrada é mais efetiva do que uma sucessão de intervenções isoladas no manejo do paciente.

O tratamento oncológico (principalmente a cirurgia oncológica, a quimioterapia e a radioterapia) depende do apoio de uma estrutura hospitalar de alta complexidade, com maior densidade tecnológica, especialmente preparada para:

  • Confirmar o diagnóstico.

  • Realizar o estadiamento.

  • Promover o tratamento, a reabilitação e os cuidados paliativos, que podem ser organizados, na rede de serviços de saúde, de forma integrada com a Atenção Básica e a Média Complexidade.

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